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domingo, 15 de março de 2015

UTOPIA DEMOCRÁTICA.......


A utopia democrática


            Noberto Bobbio (2000) também considera que a Democracia faz parte de um mesmo processo histórico de secularização das tradições, que ela é meia-irmã da burocracia weberiana. Para ele, o pluralismo democrático dos grupos em relação ao Estado acabou com a democracia social entre os indivíduos.
            Bobbio acredita que a democracia moderna nasceu de uma concepção individualista de sociedade, em que a vontade coletiva é produzida pela regra de maioria e acatada por todos formando uma unidade de ação “de forma centrípeta ou monocrática”, porém, na verdade, sempre vivemos em uma policracia, em que os grupos (e não os indivíduos) lutam para preservar seus interesses de forma centrifuga. Assim há uma flagrante contradição entre a representação do interesse público (da vontade da maioria formada por indivíduos) com a representação dos interesses privados coletivos em vários níveis: regionais, corporativos e pessoais.
            Ele elabora um eufemismo interessante para analisar as Democracias Representativas atuais: suas “promessas não cumpridas”, isto é, aquilo que as democracias representativas gostariam de ser idealmente, mas que efetivamente não são. As “promessas não cumpridas” são: a democracia promete defender o interesse público (mas apenas negocia acordos dos interesses privados); a democracia promete acabar com os privilégios das elites, tratando todos os indivíduos de forma igual (mas há uma persistência das oligarquias e do tratamento desigual); a democracia promete ainda educar o povo para cidadania, transformando súditos em cidadãos, aumentando a participação ativa de todos sobre tudo (mas, o que se constata é a crescente apatia política dos jovens de melhor instrução e renda); a democracia promete, através da imprensa livre, acabar com o poder invisível (mas a transparência não venceu a privacidade dos acordos particulares); para citar apenas as promessas principais.
            Mas apesar dessas críticas, em nenhum momento Bobbio desiste da democracia em si como sendo a melhor (ou, por baixo, “a menos pior” – como disse De Gaulle) forma de governo. Sua crítica visa antes levantar as deficiências institucionais da democracia para aperfeiçoa-la, através de uma passagem gradativa da democratização do Estado à democratização da sociedade e das instituições (da escola, da fábrica, dos bairros).



Ler mais: http://www.portalconscienciapolitica.com.br/products/apogeu-e-queda-da-democracia-mediada/

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